quarta-feira, 12 de março de 2014

CGTéC - Harpias: As arrebatadoras que chafurdam na sujeira.

           Por Elton "Smaug" R. Vieira


A regra é clara: todos nós carregamos, o que os especialistas na área, chamam de “cultura inútil”. Cultura inútil é definida como o conhecimento que não trará benefício algum para a sua vida cotidiana. Para mim, toda cultura é útil. Para outros, saber os nomes de todos os 534.198 episódios de Doctor Who seja perda de tempo. Who knows.


Devo admitir que a cultura inútil que mais me fascinou na minha adolescência foi a Mitologia Grega. Começou com Cavaleiros do Zodíaco e passou a povoar o imaginário e a cultura pop que consumia. Tanto é que um dos games que mais me divertia jogando era o baseado na animação Hércules, da Disney. Durante esse tempo de assimilação desse conteúdo, um monstro mitológico sempre me chamou a atenção. Um misto de luxuria e terror. Sensualidade e morte. Carregando em suas asas a loucura da danação. Sim, elas mesmas. Para homenagear o deck campeão do Yugioh Championship Series Brasil 2014, essa semana vamos desvendar os segredos das HARPIAS. 

As famosas Hapias... Ou não!

Levando em consideração que, ao falamos sobre Mitologia Grega, há uma infinidade de fontes de informações e algumas são bem diferentes de outras. Mas esqueçam aquela visão lasciva das Harpias que é vendida para a cultura pop. Esses seres mitológicos eram bestas imundas, monstros antropomórficos devoradoras de almas. Alguns estudiosos afirmam que as Harpias eram descritas como horripilantes, possuindo um rosto de mulher velha, corpo de abutre, garras longas e mortais. E seu nome significa, literalmente, “as arrebatadoras”.

Coisa linda de Zeus! :3

Poucos sabem, mais não existem muitas harpias. Na verdade, na Mitologia Grega, apenas 3 desses serem existem. São elas: Celeno, considerada a mais malvada, seu nome em grego significa "a obscura"; Aelo, que comandava a sujeira e seu nome em grego significa "a borrasca"; e Ocípete, aquela que atacava e seu nome significa em grego "a rápida no vôo". 

Eram monstros nojentos, que pousavam nas mesas cheias de alimentos e, ou roubavam toda a comida, ou corrompia tudo com fezes, sujeira e odores infectos. Acabando assim com o clima de um almoço agradável. Como eram emissárias da pestilência, as harpias espalhavam doenças e era inútil afugentá-las. Isso nos faz ter certeza que as harpias nada mais são do que a representação mitológica dos pombos modernos. 

Livro obrigatório para a raça... =/


Graças a suas aparências e comportamento nada amistosos, as três harpias faziam alguns trabalhos sujos para os deuses do Panteão Grego. Eram elas que arrebatavam os mortos para os braços de Hades, no submundo. Zeus e Hera contavam com os serviços das bestas para punir todo aquele que fizesse alguma coisa que os contrariassem.

E foi num desses trabalhos que o caldo entornou. Zeus, um grandessíssimo filho da mãe Terra, deu o poder da premonição pra Fineu, rei da Trácia. Mas o advertiu para que não olhasse os paranauês do Monte Olimpo. Curioso que só ele, Fineu não só viu, como espalhou para geral as tretas dos deuses. Como punição, Zeus deu um job para as harpias.  Tudo que se colocava diante de Fineu, as Harpias arrebatavam, principalmente se tratasse de comida, e quando não podiam carregar, podiam sair cagando tudo. Realmente, um anticlímax pré refeição. Mas, pela Trácia passou o Bonde Argo, com Jasão e o Argonautas. Sabendo da fama do filho de Zeus, Fineu pediu para Jasão acabar com a maldição. Solícito que só ele, Jasão incumbiu dois de seus melhores homens para afugentar as harpias, Zetes e Cálias. Acontece que esses dois eram filhos do vento Bóreas, podiam voar e conduzir rajadas de vento poderosas. Sucumbindo diante o poder dos dois argonautas, as Harpias deram-se por derrotadas, fugiram e se estabeleceram na ilha de Creta, prometendo nunca mais mexer com o Fineu.

O bonde do Jasão em outra de suas peripécias gregas...

As harpias fazem parte do mundo yugiohzístico desde os primórdios. A Harpie Lady é um dos cards mais antigos de nosso joguinho. Apenas atualmente é que essas senhoras ganharam o devido respeito, e com a adição de cartas poderosas começaram a alcançar resultados expressivos.

Deck Harpie.

Contudo, a representação nas cartas é muito diferente do que é relatado pelos textos clássicos. Queria ver esse povo que joga com tal deck ainda ter o mesmo ímpeto de defender cartas que representassem velhas seminuas, metade abutre, metade pelancas, cagando tudo por onde passam.

Gostaria muito de ver isso.

Mas, por enquanto é só, pessoal.   

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